quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mistério no piso 4


Ainda há bem pouco tempo, na sala de espera do piso 4, onde se unem 3 serviços (Intensivos, Ortopedia e Bloco), havia uma televisão daquelas modernas, para que as visitas/familiares dos doentes se pudessem distrair um pouco, nas várias horas que por vezes têm que aguardar.
Consta que essa televisão foi oferecida por um entidade sem fins lucrativos (?), se não estou em erro, pela Liga dos Amigos do Hospital. (Deve ser mesmo a Liga dos Amigos, porque (honra lhes seja feita) eles oferecem muita coisa ao hospital).
Tive que ir ver com os meus próprios olhos e de facto, naquele espaço onde costumava estar uma televisão para as visitas, encontrei o vazio.
Então onde pára a televisão? Mistério... Terá sido mais um bem material desviado para o exterior, por pessoas menos sérias, já conhecidas da casa?? Desta vez parece que não... pelo menos não foi para o exterior.... Consta que foi desviada, a pedido de um iluminado cirurgião, para a copa ou sala de pausa ou outra sala qualquer, do Bloco.
Agora pergunto, a televisão não era para as visitas?! E agora a sala de espera vai ficar sem televisão, porque alguém se lembrou que ficava melhor no Bloco, para que os profissionais pudessem ver televisão com melhor definição, nos seus momentos de pausa?!
Que raio de lata...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mesmo com a mais que conhecida falta de enfermeiros, eles estão a ser mandados para casa.



Nesses "tantos outros" que este documento refere, inclui-se a ULSAM.
Por todo o país, em vários serviços de saúde, cada vez se fala mais em enfermeiros despedidos ou em risco eminente de despedimento, isto quando a Ordem, sindicatos e o próprio Ministério da saúde, assumem desde há muito tempo, que há uma considerável falta de enfermeiros no SNS.
Este facto está mais que comprovado, basta ver o instrumento que foi criado para a classificação de doentes, que nos demonstrava, clara e inequivocamente, que eram necessárias muitas mais horas para que os doentes tivessem cuidados de qualidade. Essas muitas mais horas só poderiam ser atingidas com mais enfermeiros, como é óbvio.
Não conheço a realidade nas outras Unidades de saúde, mas pelo menos na nossa (ULSAM), tenho alguma percepção do que é que se está a passar. E o que está a passar cá para fora é que o "factor C" continua a ser determinante. Vêem-se coisas incríveis, do género: ser renovado rapidamente o contrato de um assistente operacional, que por acaso é filho de uma funcionária do hospital, enquanto que vários enfermeiros encontram-se numa situação extremamente delicada e problemática. Alguns já foram mandados para casa e continuam com a incerteza do regresso, outros em actividade, estão em ameaça de não renovação de contratos.
Um destes exemplos encontra-se no meu serviço (SU), onde o gestor do serviço precisa de muito jogo de cintura para fazer os horários, isto devido à falta de pessoal de enfermagem. Havendo falta de pessoal, há um elevado acréscimo de horas para a equipa, com a agravante do possível não pagamento de horas extraordinárias. (isso é outro grave problema)
Mesmo assim, com a falta de pessoal no meu serviço, um casal de enfermeiros encontra-se actualmente em risco de não renovação de contrato. Estes dois elementos, que constituem uma mais valia para o serviço, correm o risco de perder o emprego, isto após há cerca de um ano, terem decidido sair de um outro hospital, onde tinham um contrato sem termo.
Chegámos ao absurdo de frequentemente ter que andar a ligar para casa de enfermeiros a pedir para virem trabalhar, porque não há pessoal suficiente para os turnos. Chegámos ao absurdo do enfermeiro chefe sistematicamente ter que integrar as equipas de prestação, porque não há pessoal suficiente para os turnos e... na fase em que aguardávamos a chegada de novos enfermeiros, eis que surge a notícia de que dois poderão sair. Como é isso possível, perguntarão, não sei meus amigos, não sei onde é que isto vai parar.

Nota: quando falei do contrato renovado do assistente operacional, devo referir que existe igualmente uma elevada falta de assistentes. Não ponho em causa esta renovação específica, ponho sim a não renovação de contratos de enfermeiros.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Turbo-anestesista na PPP de Braga

Assunto: Doentes anestesiados em simultâneo pelo mesmo médico no Hospital de Braga
Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República

No dia 14 de Novembro de 2011, um médico anestesista do hospital de Braga, gerido em regime de Parceria Público-Privada (PPP) pelo grupo Mello, anestesiou, simultaneamente, vários doentes operados em diferentes salas do bloco operatório do Hospital de Braga, o que constitui uma má prática susceptível de colocar em risco a vida dos doentes. Esta situação, que é contrária às orientações internacionais e também da própria Ordem dos Médicos sobre esta matéria, repetiu-se por diversas vezes ao longo desse dia. Acresce salientar que é física e tecnicamente impossível monitorizar o que se passa em todas as salas ao mesmo tempo.

O anestesista em questão foi escolhido pelo grupo Mello para o cargo de director clínico do novo Hospital de Braga. O referido médico ficou conhecido por, em 2009, ter abandonado o serviço de urgência do hospital para participar numa inauguração de um campo de golfe, ausentando-se durante oito horas, sem se fazer substituir, apesar dos registos hospitalares assinalarem a sua entrada às 8h37 e a saída às 9h48 do dia seguinte.

Em declarações ao jornal que denunciou a anestesia simultânea de vários doentes pelo mesmo clínico, tipo turbo-anestesista, o médico refuta a acusação. No entanto, as explicações avançadas não são convincentes, nem esclarecedoras, uma vez que colidem com a informação contida nos próprios registos individuais das cirurgias realizadas nesse dia, a que o Bloco de Esquerda teve acesso.
Os registos das cirurgias mostram que o médico foi o anestesista responsável, em horas coincidentes, em 2 ou 3 salas simultaneamente.

No período da manhã, até às 14h, houve sete doentes operados, nesta situação. Por exemplo, o médico anestesiou em duas salas diferentes – uma era de Ortopedia (sala 10) e a outra de Urologia (sala 4) – onde decorriam procedimentos cirúrgicos que não podem ser feitos com a tal anestesia tópica/local, mencionada nas declarações feitas hoje pelo médico à imprensa.

No período da tarde, outro exemplo desta prática irregular, em que uma das suites operatórias era Oftalmologia. Mesmo quando na presença de técnicas cirúrgicas "mais simples" a presença do médico de anestesia é fundamental, conforme prática corrente e obrigatória no Serviço nacional de Saúde (SNS) e internacionalmente. Cita-se a este propósito o Parecer da Direcção do Colégio de Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos: “A presença de um especialista em anestesiologia, ainda que a cirurgia decorra sob anestesia tópica, é sempre imprescindível. Eventuais complicações durante a cirurgia, que sempre poderão surgir mesmo a cirurgiões experientes e até o grupo etário em que habitualmente a cirurgia da catarata é realizada são motivos bastantes, mas não únicos, para que o anestesiologista esteja efectivamente presente”.

Ainda no período da tarde, uma doente sujeita a procedimento cirúrgico diferenciado ginecológico das 14h10 às 17h16, “partilhou” o anestesista em questão com outra sala de Urologia, onde decorria um procedimento igualmente diferenciado, das 15h25 às 15h55, e ainda com três outros doentes da sala de Oftalmologia (das 15h às 16h21, das 16h34 às 16h55 e das 17h06 às 17h24). Ou seja no mesmo horário foram anestesiados 5 doentes em três salas distintas.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:

1.Já decretou o Ministério da Saúde a abertura de algum inquérito para apurar os factos e os motivos por que ocorreu a situação acima descrita?

2.O gestor do contrato relatou o ocorrido ao Ministério da Saúde?

3.Considera o Ministério da Saúde compatível a acumulação de funções de director clínico do Hospital de Braga com o exercício de actividade clínica no mesmo hospital?

4.O número de anestesistas no Hospital de Braga é suficiente para assegurar o normal funcionamento no bloco operatório, de acordo com as boas práticas e normas vigentes?
 
Palácio de São Bento, 21 de Novembro de 2011.

O Deputado, João Semedo

retirado do blog tabanikadepayalvo

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Em quem votar pra Ordem? Estou desordenado...

A, B, C, D, E, F, G..
Tava a ver que chegávamos à Z. Hoje é o último dia para decidir o voto na Ordem e ainda não estou completamente convencido. São tantas as listas, as ideias e as promessas, que até estou confuso.
Fiquei desiludido com a anterior Ordem. Gostava de uma bastonária mais interventiva e corajosa.. assim tipo Marinha Pinta. Podem-me dizer que se fez muito trabalho, mas o que é real é a posição atual da enfermagem… de rastos. E para mim a enfermagem não precisa tanto de congressos e conferências e viagens, precisa é de intervenção. Mesmo assim considero o seu percurso pela enfermagem e desejo-lhe tudo de bom.
Quem virá? Não sei… mas já li muitas promessas, muita demagogia e acima de tudo muitos cortes uns nos outros. São blogs a fazer campanha, outros blogs a cortar forte e feio… Já é o habitual nos enfermeiros. Quem escapará neste fogo cruzado?
Tudo me leva a crer que a luta andará entre A e C.. Talvez pelo impacto e poder da campanha.. Mas já por lá vi caras que em nada me agradam, pessoas que me desiludiram. Depois é só notícias degradantes tanto da A, como da B. Será verdade, será mentira? Não sei…  
Na B não votarei pela persistência da candidata em ser bastonária sem ter o tempo serviço necessário, pelo curriculum demasiadamente político e duvidoso. Que seja paciente e aguarde o seu momento, não gosto de pessoas com pressa.
Na do senhor que tinha ou tem um sindicato, nunca na vida. Quando o ouvi falar em Viana, Deus me livre! Tanta, mas tanta letra que fiquei aparvalhado. E depois o seu trabalho no seu sindicato, acho que era mais para desfazer do que fazer.
Resta-me a lista G, acabei de ler o seu programa. Não conheço as pessoas. Gostei do curriculum do Enfº Sérgio, que concorre a bastonário. Apreciei alguns objetivos traçados, mas não fiquei completamente satisfeito. Resta-me votar em branco ou votar neste senhor e pedir a alto e bom som que nos leve pelo melhor caminho, porque sinceramente a enfermagem nesta última década tem estado em queda livre.