quarta-feira, 13 de novembro de 2013

MÁFIA NA MEDICINA EM PORTUGAL

clique aqui para visualizar vídeo

Nos últimos tempos, a TVI tem vindo a surpreender-me pela positiva, apesar de ter lixo nos seus conteúdos de entretenimento, o que é perfeitamente compreensível pois o povo quer é Secret Storys, com sexo e peixarada, nota-se cada vez mais jornalismo de alto nível, com investigações incisivas e alarmantes e que talvez sejam indesejadas para o canal público.
A reportagem "Desviados" na TVI deixou a olho nú aquilo que grande parte das pessoas que directa ou indirectamente trabalham na saúde já sabiam, mas que por um ou outro motivo, faziam de conta que não. Doa a quem doer, esta é a verdade, muitos médicos, enfermeiros e administrativos sempre foram coniventes com esta máfia de alguns médicos, ocultando, não denunciando, deixando passar impune todos os roubos ao contribuintes, todos os roubos ao doente! Alguns, como se vê na reportagem, ganharam coragem e denunciaram a entidades supostamente competentes para terminar com o flagelo (ARS, Ministério), porém esta máfia está tão bem montada, que tudo era abafado e quem saia prejudicado eram os delatores.
Mas então que máfia é esta?
É uma máfia que falsifica consultas programadas a utentes dos Centros de saúde para ganhar tempo e doentes para os seus consultórios privados. Os utentes desconhecem a marcação dessas consultas, logo faltam, logo o Sr. Doutor dispõe de umas horas para ir roubar algumas centenas de euros a desgraçados que vão ao seu consultório, porque esperaram desde as 4h da manhã à porta do Centro de saúde mas não conseguiram vaga. Só havia 4 vagas para uma população de 1891 habitantes!
É uma máfia que inscreve utentes em listas de espera para cirurgias que não tinham qualquer razão de existir e dessa forma as listas preenchiam-se com cirurgias inexistentes, desviando os verdadeiros doentes, com verdadeiras necessidades de cirurgia, para hospitais privados, onde curiosamente o mafioso cirurgião responsável pelo acto, trabalhava.
É uma máfia que falsifica diagnósticos e prioridades de cirurgia, para que dessa forma se consiga a transferência do doente para hospitais privados.
É uma máfia que inventa diagnósticos cirúrgicos inexistentes para aumentar no final a despesa que o Estado paga pela intervenção cirúrgica do doente.
É uma máfia que desvia doentes do hospital público para o privado, através de falsas justificações, manipulando a vulnerabilidade e ignorância de pessoas com poucos rendimentos.
É uma máfia que rouba, sem vergonha na cara, pequenas fortunas a estas pessoas com poucos rendimentos, manipulando-as a serem submetidas a cirurgias no privado, quando as poderiam fazer no público.
É uma máfia que acolhe o doente mediante as prendas trazidas.
É uma máfia onde o mesmo mafioso tem uma má postura e conduta no sector público e a inversa no privado. (Não é a toa que muita gente refere que no privado é que é bem tratada)
É uma máfia que manipula e altera escalas de urgência a seu bel-prazer, onde o mafioso aparece horas infindáveis na escala de serviço, quando efectivamente está desaparecido no privado.(resultado recebe a duplicar e recebe uma fortuna em horas extraordinárias)
É uma máfia que autoriza intervalos generosos do serviço, para que o mafioso se ausente para outras actividades, como p.e, almoços e jantares em restaurantes, ou consultas no privado.
É uma máfia que valida consultas presenciais a doentes acamados que nunca se deslocaram ao centro de saúde.
É uma máfia que manipula e altera todo um SNS, ao ponto de levar milhares de portugueses já com idade avançada, a nunca terem tido médico de família.

Vendo bem, mafioso é pouco para apelidar este estrume. Um mafioso pelo menos sabe que é criminoso.

Está indignado(a)? Eu estou. Então assine esta petição que criei (também pode clicar na imagem na barra lateral). É uma forma de pelo menos tentar acabar com esta vergonha.


5 comentários:

  1. Infelizmente esta realidade já é comentada há muito. Não conheço casos concretos mas ouve-se exemplos de profissionais da nossa instituição.
    O registo biométrico travou alguns abusos mas não resolveu todos. Ainda há muito a mudar. A solução também passa por chefias sem medo de exigir justiça e transparência (como foi o caso da diretora clínica do Hospital Pedro Hispano).

    ResponderEliminar
  2. O registo biométrico em nada mudou os maus hábitos instalados,para muitos há anos,quem nunca cumpriu horário continua a faze-lo só que de uma maneira mais soft....ainda se ve pessoal com horário continuo a ir almoçar a casa etc. e de manhã vem fazer o registo á entrada e depois fazem-no novamente á saida...durante o dia onde andam?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O registo biométrico cumpre a sua função >>>>> Regista!
      A Chefia é que não cumpre, >>>>>>>>>>> não controla!

      Eliminar
    2. Sempre assisti aa assiduidades da classe médica completamente distorcidas pelo lema "Temos de ganhar enquanto pudemos, e o Estado não nos paga o que merecemos!". Os enfermeiros mesmo trabalhando em duplo ou triplo nunca falhavam no horário estipulado, e quando falhavam eram denunciados e suspensos devido " a falta de ética e rigor no trabalho".
      Mas sem dúvida a máfia sempre existiu, mas a conivência das chefias intermédias é ainda mais gritante na medida em não ter coragem por " ter telhados de vidro".
      Recentemente no Centro de Saúde onde trabalho assisti a médicos a falsificarem consultas programadas com a conivência do pessoal administrativo ( até porque dá jeito faltar uns dias e ter um médico que nos passe o atestado ou ter um médico que nos passe os exames que me dá na telha fazer ou até servir de mediador entre a vizinhança e as receitas médicas...). E a lista escolhida para ocupar o agendamento do dia no SINUS serem os próprios nomes dos funcionários do Centro de Saúde,que posteriormente tinham o contato anulado.
      Médicos que são pagos pela mesma instituição,( logo voltamos à questão do controlo. Há registo, logo paga-se, se está lá presente no local de trabalho não interessa, porque o protecionismo médico sempre foi garantido...Aliás uma boa frase acerca disto, um dos elementos cometeu o abuso de assinar simultaneamente em 2 locais de trabalho e foi chamado a corrigir o erro. ( afinal alguém no processamento de vencimentos reparou o fenómeno de Deus da Omnipresença, Aleluia!) A resposta não podia ser melhor " O quês estes C#%&ões querem? Até parece que ando a roubar... Apenas estive a trabalhar!")
      Médicos que entopem as consultas agendadas pelo o utente via internet ( afinal os dados pessoais dos utentes têm tão fácil acesso e imprimir uma ficha de identificação é só um click...)
      Mas os enfermeiros são muito mais subtis, porque sabem que o protecionismo só funciona com o estatuto profissional. Logo as "madrinhas" e "padrinhos" na hierarquia garante a impunidade que os médico têm.
      Enfermeiras que ausentam-se do serviço durante 2\ 3 horas ( a desculpa do papel parental é a principal, ao contrário dos médicos que não se inibem de dizer " vou trabalhar para outo sítio"), e o chefe extrapola para o universo das enfermeiras. "Todas fazem qual é o problema?".
      Enfermeiras que trabalhando em horário continuo ausentam-se do local de trabalho para ir almoçar a casa, deixando o serviço desfalcado, porque também o médico se ausenta para ir almoçar fora...
      Enfermeiras que em 3 tratamentos domiciliares demoram 7 horas de serviço....
      Enquanto houver "bodes expiatórios" e não fiscalização do trabalho realizado tudo está sobre rodas!
      Acho uma graça os relatórios da OMS considerar que o enfermeiros em Portugal estão "subutilizados" e que "muitas tarefas médicas deveriam ser realizadas por enfermeiros". JÁ FAZEMOS!!! As questões são:
      - Porque nas metas nas ARS as intervenções dos enfermeiros são quase inexistentes?
      - Porque não existe indicadores mais específicos para a área de enfermagem?
      - Uma das áreas de contenção de despesas são os tratamentos em ambulatório, porque não averiguar as famosas úlceras crónicas de 2\3 anos de evolução? Criar um indicador era uma boa ideia não?

      Eliminar